Encontro Nordestino
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De cordel
III Encontro Nordestino de Cordel em Brasília
A CAIXA Cultural apresenta, entre os dias 19 e 20 de maio de 2015, encontro que vai reunir cordelistas e repentistas de todo o País com o propósito de manter viva a arte da poesia do Nordeste dividido em dois eixos: Fórum da Categoria Repentista e Cordelista e Mostra Cultural.
O III Encontro Nordestino de Cordel em Brasília é uma realização da Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno – Acrespo, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Três dias e noites dedicados à Literatura de Cordel e ao Repente com o propósito de manter viva e efervescente a arte da poesia do Nordeste. A palavra adornada por métrica e rima constitui várias vertentes culturais centenárias que fincaram raízes firmes em todo o Brasil, especialmente no Nordeste. O Teatro da Caixa será o palco deste encontro entre experimentados repentistas, cordelistas, declamadores, editores e músicos que se encantaram pela poesia e a mantém pulsante e criativa em forma de arte, profissão e negócio.
O Encontro Nordestino de Cordel em Brasília foi a fórmula descoberta por Chico de Assis, coordenador geral do projeto, João Santana, coordenador do Fórum da Categoria Repentista, e Crispiniano Neto, curador, para promover e contribuir com a integração dos profissionais da poesia nordestina no processo de afirmação dessa manifestação cultural. “O projeto nasce da necessidade de que esta cultura se firme no panorama atual do mercado cultural e seja difundida para as novas gerações, revelando novos talentos e fortalecendo sua cadeia produtiva e sua categoria, que hoje congrega centenas profissionais em todo país”, conta Chico. “Para que as Artes da Literatura de Cordel e do Repente se mantenham vivas, é de extrema importância a realização desse encontro, que é mais um passo para o processo de seus registros como bens componentes do Patrimônio Imaterial da Cultura do País”, acrescenta João.
Ao longo dos três dias, um Fórum da Categoria Cordelista e Repentista deliberará ações em prol do registro do Repente e do Cordel, como patrimônio imaterial da cultura do país, regulamentações da profissão de repentista, a criação do sindicato nacional dos repentistas e cordelistas e o mercado da Literatura de Cordel. “O objetivo é fortalecer toda a cadeia produtiva dessas artes brasileiras”, pontua Chico. Às noites serão dedicadas a espetáculos gratuitos com importantes nomes do Repente e do Cordel com músicos e atores ligados a essas artes em uma Mostra Cultural.
Programação:
19/05/2015
14h – Abertura Solene: Mesa de abertura composta por: Representantes da CAIXA Econômica Federal; Ministérios da Cultura, do Trabalho, da Educação e da Previdência; Iphan; Sebrae; Secretaria de Cultura do DF; Academia Brasileira de Literatura de Cordel; e Sociedade Civil.
Das 15h às 17h50 – Painel: Literatura de Cordel, Repente e Poemas Matutos – Patrimônio Imaterial, avanços e desafios. Palestrantes: Representante do Ministério da Cultura e do Iphan; Pesquisadores; Representantes dos cordelistas, dos repentistas e dos declamadores.
1ª Noite
20h – Chico de Assis e João Santana (DF)
20h40 – Ismael Pereira e Geraldo Amâncio (CE)
21h20 – Xangai (BA)
Encerramento: 22h20
20/05/2015
08h30 – Painel: Profissão Repentista. Palestrantes: Representantes dos Ministérios do Trabalho e da Previdência; e Representante dos Repentistas.
10h20 – Mesa-Redonda: Literatura de Cordel – Mercado e Negócio. Debatedores: Profissionais do Cordel e Especialistas em Empreendedorismo.
Das 14h às 17h30 – Painel: Ensino e Aprendizagem da Poesia Nordestina. Palestrantes e debatedores: Profissionais do Cordel e Repente e Especialistas em Educação Artística.
2ª Noite
20h – Mamulengo Presepada (DF)
20h40 – Severino Feitosa e Oliveira de Panelas (PB)
21h20 – Paulo Matricó (PE)
Encerramento: 22h20
21/05/2015
Das 09h às 12h – Assembleia Geral da Categoria Repentista
Das 14h às 17h – Oficina de Poesia Nordestina – Cordel e Repente. Facilitadores: Profissionais e especialista da área, com experiência em oficinas.
3ª Noite
20h – Dílson Tavares (PI)
20h30 – Edmilson Ferreira e Antônio Lisboa (PE)
21h10 – Bule Bule (BA)
Encerramento: 22h20
Serviço:
Local: Teatro da CAIXA Cultural Brasília - DF
Endereço: Setor Bancário Sul, Quadra 4 - Lotes 3/4
Edifício anexo à Matriz da CAIXA
Data: 19, 20 e 21 de maio de 2015
Horário: 20h
Ingresso: Os ingressos para os shows que acontecem à noite poderão ser adquiridos mediante entrega de 1kg de alimento não perecível, a partir de 16 e maio, na bilheteria do Teatro da CAIXA Cultural Brasília
Informações: 3206-6456
Classificação indicativa: 12 anos
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

Histórico do projeto
Os 1º e 2º Encontros Nordestinos de Cordel em Brasília, realizados em 2009 e 2012 na CAIXA Cultural Brasília, tiveram como foco enaltecer a tradição nordestina vinculada à Literatura de Cordel. Quando se discutiu o panorama do Repente e da Literatura de Cordel no Brasil, propondo políticas públicas para esses segmentos artísticos e seus fazedores e apresentaram o melhor dessa tradição em Brasília por meio de exposição de folhetos e livros e shows.
O primeiro evento teve grande repercussão e contou com a presença de autoridades como o Presidente Lula, a Presidente da Caixa Econômica Federal, o Ministro da Cultura, pesquisadores, parlamentares, demais autoridades como representantes do Iphan, MEC, Fundação Palmares, Governos Estaduais, Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, Associações de Poetas, Escritores e Cantadores de vários Estados além de artistas.
O segundo atraiu grande público e contou com show de Chico César no encerramento. Foi entregue ao Iphan a solicitação de registro do Repente como Patrimônio Imaterial e solicitado encaminhamento quanto ao pedido de registro da Literatura de Cordel, oficializado após o 1º Encontro.
A partir da mobilização gerada pelo 1º Encontro, sancionou-se a Lei que institui a profissão do repentista (Lei 12.198 de 14/01/2010), foi publicado edital de prêmio de Literatura de Cordel pelo MinC, se concedeu espaço para um o Repente na TV Estatal em Pernambuco e fortaleceu-se o intercâmbio entre as associações de profissionais do ramo.
Desvendando o Repente
Improvisando, tendo maior ou menor postura combativa, a arte da Cantoria de Repente é a continuidade e o aprimoramento das cantigas d’amor, da ruralidade das cantigas d’amigo e das sátiras das cantigas de escárnio e maldizer. Uma tradição poética nordestina que absorve todas essas características e acrescenta uma série de temas ao contexto, como política, religião, desigualdade social, família, esportes e tantos outros assuntos passam a ser tratados, com esmero e profundidade pelos repentistas, tanto em linguagem popular brejeira quanto rebuscada.
As modalidades mais conhecidas são coqueiro da Bahia, voa sabiá, Brasil de mãe preta, martelo alagoano, curió e segura o remo. Diferentes gêneros para as composições improvisadas de Cantoria de Repente, que se resumem em métricas a serem seguidas para a construção de poesias e que são propostas às duplas que se desafiam.
Os gêneros determinam em quais versos da estrofe as rimas devem coincidir. Destes, o mais comum e, possivelmente, o preferido dos repentistas é a Sextilha, composta de estrofes de seis linhas, ou versos. Caso em que as rimas se dão nas linhas pares. O esquema de rimas começa a ficar mais desafiador a partir da Septilha, ou Setilha, uma adaptação da sextilha, porém, com sete versos. Aqui, as linhas pares rimam até a quarta, daí, a quinta deve rimar com a sexta e a sétima com a segunda e a quarta.
Outro, muito apreciado por repentistas, difundido desde o início da poesia popular, é a Décima, talvez por ser o gênero escolhido para os motes. Para este, cantadores devem compor estrofes de 10 linhas, fechando cada um com os versos da sentença dada – o mote – seguindo sua rima e métrica. O esquema de rimas deve ser construído da seguinte forma: o primeiro rima com o quarto e o quinto; o segundo, com o terceiro; o sexto, com o sétimo e o décimo; e o oitavo, com o nono. O Mote é uma sentença de um ou dois versos que dá o conteúdo sobre o qual o repentista deve versar.