Evento
EXPOSIÇÃO NA CAIXA CULTURAL FAZ UM RESGATE DA OBRA DE FARNESE DE ANDRADE
Mostra apresenta um conjunto de assemblages, objetos e esculturas do artista mineiro, um dos ícones da arte brasileira.
A CAIXA Cultural Brasília inaugura dia 25/11/2014 terça-feira, às 19h, a exposição “Farnese de Andrade – Arqueologia Existencial”. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra apresenta um conjunto de obras pertencentes a coleções particulares e dos herdeiros do artista, mapeando sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e 1990. A exposição apresenta a linguagem única e singular do artista, de forma a mostrar sua personalidade e trajetória fundida com as fases de sua obra. Com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica Federal, a mostra fica em cartaz até o dia 11 de janeiro de 2015, de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
Farnese de Andrade foi um artista múltiplo, cuja produção, vida e arte se enlaçam de maneira inseparável dando origem a uma obra densa, de caráter fortemente autoral. Começou sua carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, cria objetos ou assemblages com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros. Passa a comprar materiais como redomas de vidro, armários, oratórios, nichos, caixas e imagens religiosas em lojas de objetos usados, de antiguidades e depósitos de demolição. Utiliza com frequência velhos retratos de família e postais, e começa a realizar trabalhos com resina de poliéster, sendo considerado um pioneiro da técnica no Brasil.
Apontado como dono de uma personalidade difícil e de um trabalho marcadamente auto-biográfico, Farnese revelou nas obras sua densa trajetória pelas memórias de infância, do pai, da mãe, dos irmãos, da sagrada família mineira e de sua fase oceânica, além de um certo aspecto libertário e transgressor, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro.
Enclausurado na própria solidão, expressou principalmente o embate dos seus medos, dores, tristezas, rancores, complexos, perdas, depressões, recalques, relações, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria. A poética de Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de outras tendências do período, como as da arte construtiva e concreta. Construiu assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto consegue ser gentil.
Praticamente esquecido nas ultimas décadas, Farnese foi regularmente premiado de 1962 a 1970, como no Salão Nacional de Arte Moderna de 1970 - Prêmio de viagem ao exterior, e mais recentemente em 1993 - Prêmio Roquette Pinto de Os Melhores de 1992, pela exposição “Objetos”.
Farnese é um dos mais valorizados artistas brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares e museus do Brasil e do mundo, como: Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex - Inglaterra, Instituto de Arte Contemporânea de Londres, MAC Niterói - RJ, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), MAM RJ, Museu Nacional de Belas Artes, MAM SP, etc. Com uma produção ininterrupta participou de diversas Bienais internacionais e nacionais e suas obras hoje são disputadas entre grandes colecionadores, figurando na rara constelação dos artistas plásticos mais valorizados da arte brasileira.
Farnese de Andrade contribuiu de forma decisiva para a história da arte brasileira e agrega valores internacionais na construção das questões vanguardistas do século XX. Considerado um dos mais expressivos artistas de sua geração, a exposição propõe o resgate de sua memória através de uma mostra abrangente, de qualidade relevante e propriedades curatoriais únicas.
A produção da mostra está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que vem realizando importantes exposições itinerantes pelo Brasil, como: Milton Dacosta, Raymundo Colares, Bandeira de Mello, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Mário Gruber, Athos Bulcão, Antonio Bandeira, etc. A concepção do projeto é de Anderson Eleotério, também design de montagem da mostra, que utiliza recursos de cor, som e iluminação para acentuar as características dos trabalhos a fim de proporcionar ao público um clima lúdico e intenso.
SOBRE O ARTISTA:
Farnese de Andrade (1926-1996):
Nascido em Araguary - MG, Farnese entrou em 1945 na Escola do Parque de Belo Horizonte, onde foi aluno de Guignard e contemporâneo de artistas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Siléso. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1948 onde trabalhou como ilustrador para o suplemento literário dos jornais Diário de Notícias, Correio da Manhã e Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete, entre 1950 e 1960. Em 1950 realiza a primeira exposição individual de seus desenhos. Em 1959 começou a frequ¨entar o ateliê de gravura do MAM RJ, onde estudou gravura em metal com Johnny Friedlaender e Rossini Perez. Produziu gravuras abstratas, trabalhando com formas regulares e cores fortes. Nas matrizes utiliza materiais encontrados nas praias, como pedaços de madeira cheios de sulcos. Em 1965, realiza a série de desenhos Eróticos e inicia os Obsessivos. Bolsista do governo brasileiro, viajou em 1970 para Barcelona. Sua volta em 1975 rendeu frutos e a fama de Farnese fortaleceu a paisagem artística brasileira. Mas não é por seu trabalho na gravura, sempre abstrato, nem como desenhista, sempre figurativo, que ele é, hoje, conhecido e reconhecido, mas pela criação dos objetos chamados BoxForms, cuja matriz explodida e iconoclasta é o Barroco da sua infância. Oratórios, pedaços de madeira de igreja, ex-votos, etc. constituíram, até a sua morte, um mundo estranho, às vezes mórbido e com fortes referências eróticas. Resultado de uma infância secreta, a obra sempre onírica e poética dá força e senso a um trabalho sem igual.
Serviço:
Exposição “Farnese de Andrade - Arqueologia Existencial”
Local: CAIXA Cultural Brasília-DF
Galerias Picolla I e II
Endereço: SBS Quadra 4, Lotes 3/4
Edifício Anexo à Matriz da CAIXA
Abertura: dia 25 de novembro de 2014, terça-feira, às 19h
(estacionamento gratuito no local)
Visitação: de 26 de novembro de 2014 a 11 de janeiro de 2015
De terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Informações: (61) 3206-9448 e (61) 3206-9449
Agendamento de visitas monitoradas e oficinas: (61) 3206-9892
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Entrada Franca
Mostra apresenta um conjunto de assemblages, objetos e esculturas do artista mineiro, um dos ícones da arte brasileira.
A CAIXA Cultural Brasília inaugura dia 25/11/2014 terça-feira, às 19h, a exposição “Farnese de Andrade – Arqueologia Existencial”. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra apresenta um conjunto de obras pertencentes a coleções particulares e dos herdeiros do artista, mapeando sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e 1990. A exposição apresenta a linguagem única e singular do artista, de forma a mostrar sua personalidade e trajetória fundida com as fases de sua obra. Com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica Federal, a mostra fica em cartaz até o dia 11 de janeiro de 2015, de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
Farnese de Andrade foi um artista múltiplo, cuja produção, vida e arte se enlaçam de maneira inseparável dando origem a uma obra densa, de caráter fortemente autoral. Começou sua carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, cria objetos ou assemblages com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros. Passa a comprar materiais como redomas de vidro, armários, oratórios, nichos, caixas e imagens religiosas em lojas de objetos usados, de antiguidades e depósitos de demolição. Utiliza com frequência velhos retratos de família e postais, e começa a realizar trabalhos com resina de poliéster, sendo considerado um pioneiro da técnica no Brasil.
Apontado como dono de uma personalidade difícil e de um trabalho marcadamente auto-biográfico, Farnese revelou nas obras sua densa trajetória pelas memórias de infância, do pai, da mãe, dos irmãos, da sagrada família mineira e de sua fase oceânica, além de um certo aspecto libertário e transgressor, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro.
Enclausurado na própria solidão, expressou principalmente o embate dos seus medos, dores, tristezas, rancores, complexos, perdas, depressões, recalques, relações, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria. A poética de Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de outras tendências do período, como as da arte construtiva e concreta. Construiu assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto consegue ser gentil.
Praticamente esquecido nas ultimas décadas, Farnese foi regularmente premiado de 1962 a 1970, como no Salão Nacional de Arte Moderna de 1970 - Prêmio de viagem ao exterior, e mais recentemente em 1993 - Prêmio Roquette Pinto de Os Melhores de 1992, pela exposição “Objetos”.
Farnese é um dos mais valorizados artistas brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares e museus do Brasil e do mundo, como: Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex - Inglaterra, Instituto de Arte Contemporânea de Londres, MAC Niterói - RJ, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), MAM RJ, Museu Nacional de Belas Artes, MAM SP, etc. Com uma produção ininterrupta participou de diversas Bienais internacionais e nacionais e suas obras hoje são disputadas entre grandes colecionadores, figurando na rara constelação dos artistas plásticos mais valorizados da arte brasileira.
Farnese de Andrade contribuiu de forma decisiva para a história da arte brasileira e agrega valores internacionais na construção das questões vanguardistas do século XX. Considerado um dos mais expressivos artistas de sua geração, a exposição propõe o resgate de sua memória através de uma mostra abrangente, de qualidade relevante e propriedades curatoriais únicas.
A produção da mostra está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que vem realizando importantes exposições itinerantes pelo Brasil, como: Milton Dacosta, Raymundo Colares, Bandeira de Mello, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Mário Gruber, Athos Bulcão, Antonio Bandeira, etc. A concepção do projeto é de Anderson Eleotério, também design de montagem da mostra, que utiliza recursos de cor, som e iluminação para acentuar as características dos trabalhos a fim de proporcionar ao público um clima lúdico e intenso.
SOBRE O ARTISTA:
Farnese de Andrade (1926-1996):
Nascido em Araguary - MG, Farnese entrou em 1945 na Escola do Parque de Belo Horizonte, onde foi aluno de Guignard e contemporâneo de artistas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Siléso. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1948 onde trabalhou como ilustrador para o suplemento literário dos jornais Diário de Notícias, Correio da Manhã e Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete, entre 1950 e 1960. Em 1950 realiza a primeira exposição individual de seus desenhos. Em 1959 começou a frequ¨entar o ateliê de gravura do MAM RJ, onde estudou gravura em metal com Johnny Friedlaender e Rossini Perez. Produziu gravuras abstratas, trabalhando com formas regulares e cores fortes. Nas matrizes utiliza materiais encontrados nas praias, como pedaços de madeira cheios de sulcos. Em 1965, realiza a série de desenhos Eróticos e inicia os Obsessivos. Bolsista do governo brasileiro, viajou em 1970 para Barcelona. Sua volta em 1975 rendeu frutos e a fama de Farnese fortaleceu a paisagem artística brasileira. Mas não é por seu trabalho na gravura, sempre abstrato, nem como desenhista, sempre figurativo, que ele é, hoje, conhecido e reconhecido, mas pela criação dos objetos chamados BoxForms, cuja matriz explodida e iconoclasta é o Barroco da sua infância. Oratórios, pedaços de madeira de igreja, ex-votos, etc. constituíram, até a sua morte, um mundo estranho, às vezes mórbido e com fortes referências eróticas. Resultado de uma infância secreta, a obra sempre onírica e poética dá força e senso a um trabalho sem igual.
Serviço:
Exposição “Farnese de Andrade - Arqueologia Existencial”
Local: CAIXA Cultural Brasília-DF
Galerias Picolla I e II
Endereço: SBS Quadra 4, Lotes 3/4
Edifício Anexo à Matriz da CAIXA
Abertura: dia 25 de novembro de 2014, terça-feira, às 19h
(estacionamento gratuito no local)
Visitação: de 26 de novembro de 2014 a 11 de janeiro de 2015
De terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Informações: (61) 3206-9448 e (61) 3206-9449
Agendamento de visitas monitoradas e oficinas: (61) 3206-9892
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Entrada Franca