Gaslight
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Evento
Peça "Gaslight" fala sobre opressão ao feminino
Espetáculo passará por Taguatinga, Ceilândia e Plano Piloto, de graça.
Baseado no termo norte-americano Gaslighting, o espetáculo brasiliense Gaslight ganhará as luzes da ribalta da capital federal com esta temática que fala de opressão psicológica do abusador sobre vítima. A peça mescla elementos simbolistas e surrealistas com uma intepretação realista/naturalista.
Gaslight estreará no dia 27 de julho, sexta-feira, no Teatro Invenção Brasileira de Taguatinga (Mercado Sul Loja 5 Taguatinga Sul), e ficará em cartaz nos dias 28 e 29 do mês (sábado e domingo), com sessões sempre às 20h. Logo após, segue para o Teatro Goldoni – Cada D’ Itália (208/209 Sul), onde será reprisada nos dias 3, 4 e 5 de agosto, às 20h. A temporada se encerrará nos dias 17, 18 e 19 de agosto, com sessões também às 20h, no Teatro Céu das Artes Ceilândia (QNM 28). A entrada é gratuita.
Em cena, cinco atores esperam para celebrar as bodas de 200 anos de um casamento. Entre diálogos cotidianos embutidos de discursos psicológicos que refletem em uma afronta ao feminino e espaços de tempo vazios, os personagens se conectam, desconectam e traçam uma linha de relacionamento para consigo e com o próximo.
Como símbolo de opressão, está a água, elemento que simboliza a vida banha o espetáculo do início ao fim. Molhados, os personagens valem-se desta simbologia para oprimir ao próximo e a si mesmo. “A água é o que alimenta a mãe terra. Tudo que é biológico é feito de água. Somos gestados por nove meses dentro de um ventre tomado por água. Então, é muito interessante quando podemos coloca-la como um elemento de opressão porquê é a nossa própria essência nos oprimindo”, destaca a dramaturga e também atriz do espetáculo, Eli Moura.
Outro destaque da peça atemporal, vale-se de elipses de tempo que mostram uma realidade para além da que se vê. A prática de gaslighting é evidenciada na opressão ao feminino, o que não necessariamente diz respeito à mulher. “Falamos de gaslighting como uma prática contra o arquétipo do feminino que habita tanto o feminino quanto o masculino. No entanto, estas práticas acabam reverberando em uma potência maior em mulheres pois elas têm o estereótipo do feminino no corpo”, explica a dramaturga que construiu o texto a partir de um processo colaborativo junto ao grupo.
Gaslight é uma realização da Secretaria de Cultura do Distrito Federal com o patrocínio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura. O espetáculo foi idealizado e produzido pela Cia. Ensaios.
Opressão ao feminino que habita em nós
“Volta, que o caminho é longo. Sem você do meu lado. Sem tua mão no meu ombro. Deixa a tristeza ir embora. Está bonito aqui fora e o que você vai ver... Se você não está, não funciono bem... Acorde sem som, plateia sem show...” A música Espaço Vazio, do artista brasiliense Kelton, embala a produção que valoriza os artistas da capital. O compositor Rafael Ops, de Brasília, também integra a trilha sonora.
Dirigida por Marcello D’Lucas, a peça Gaslight foi inspirada em filmes como Mother!, de Darren Aronofsky. “Nós já tínhamos montado esta peça em 2016, em versão inspirada na peça Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams. A pesquisa partiu da minha tese de mestrado. Agora, conseguimos aprofundar no assunto com uma montagem repaginada, que explora diversas camadas e que contou com a ajuda do grupo para construir”, frisa o diretor.
D’Lucas discorre ainda sobre a simbologia da água, com a entrada e saída dos atores da mesma, já que no cenário haverá tanques de água explorados em cena. “É um forte símbolo imagético. Que se soma ao fato dos atores estarem o tempo inteiro encharcados e com a iluminação que dará vida a peça”, pontua. Outro diferencial, nesta montagem os personagens possuem o mesmo nome dos atores, fato que acentua a interpretação realista.
Em cena, haverá uma performance em libras. A atriz e intérprete Tatiana Elizabeth, além de fazer a interpretação em libras para o público com deficiência auditiva, participa ativamente das cenas, sendo ponto crucial para o desenrolar da trama. “Escolhemos fazer um espetáculo que abarque o público com deficiência auditiva. E terão cenas que só este público irá entender. E a atriz não é uma mera intérprete. Ela fala, interage e é um símbolo forte do que está sendo dito no espetáculo”, coloca D’ Lucas.
Gaslighting ou gas-lighting é uma forma de abuso psicológico no qual informações são distorcidas, seletivamente omitidas para favorecer o abusador ou simplesmente inventadas com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade. Casos de gaslighting podem variar da simples negação por parte do agressor de que incidentes abusivos anteriores já ocorreram, até a realização de eventos bizarros pelo abusador com a intenção de desorientar a vítima. O termo deve a sua origem a peça teatral Gas Light e às suas adaptações para o cinema, quando então a palavra se popularizou.
Ficha técnica:
Direção e encenação: Marcello D’Lucas
Codireção e texto: Eli Moura
Dramaturgia: O grupo
Performance: Eli Moura, Clara Camarano, André Araujo e Marcelo Pelúcio
Performance em LIBRAS: Tatiana Elizabeth
Cenografia: Júlia Maria e Fernanda Samarco
Produção: Juliana Cury
Cinegrafista e fotógrafa: Isabela Eichler
Designer Gráfico: Tiago Palma
Iluminação: Rodrigo Lelis
Visagismo e Figurino: Kaissa Frota
Áudio: André Morale

Serviço:

Gaslight

Dias 27, 28 e 29 de julho, no Teatro Invenção Brasileira de Taguatinga (Mercado Sul Loja 5 Taguatinga Sul-DF)

Dias 3, 4 e 5 de agosto, no Teatro Goldoni – Casa D’ Itália (208/209 Sul) Brasília-DF

Dias 17, 18 e 19 de agosto, no Teatro Céu das Artes Ceilândia-DF (QNM 28)

Horário: 20h
Entrada franca
Não recomendado para menores de 16 anos
Informações: 3443- 0606