Hiato
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Equipe principal
Andrea Alfaia, diretora: atriz e dramaturga formada na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Escreveu os espetáculos “Pisando em Plumas”, “Canção Pra Dançar sem Par” e “Um Relicário Para Dois”. Atuou em diversas produções teatrais e é também ceramista.
Arthur Tadeu Curado, ator e dramaturgo: ator e dramaturgo formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro e vencedor do Prêmio De Direitos Humanos, oferecido pela ONG Beijo Livre, em 2013, por seu trabalho no teatro. É tradutor teatral e atua também no cinema.
Larissa Salgado, atriz e bailarina: formada na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, tem vasta experiência no cinema e premiada como Melhor Atriz no Festival de Cinema de Brasília, em 2006. Atualmente mora em São Paulo, onde faz parte da Cia. De Dança “As Damas”, que explora espaços não-convencionais da cidade como palco.

Ficha Técnica
Texto: Arthur Tadeu Curado
Direção: Andréa Alfaia
Elenco: Arthur Tadeu Curado e Larissa Salgado
Preparação física e direção de movimento: Flávia Tavares
Direção de arte e fotografia: Pablo Salgado
Visagismo: Kaka Coelho
Desenho de luz: Vinícius Ferreira
Captação e gestão financeira: Luciana Pacheco
Design Gráfico: Lula Lopes
Assessoria de imprensa: Rodrigo Machado – Território Cultural
Direção de produção: Arthur Tadeu Curado

Serviço:
Local: Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul)
Brasília-DF
Temporada: de 31 de janeiro a 09 de fevereiro de 2020
Horários: Sextas e sábados, às 20h; e domingos, às 19h
Classificação Indicativa: 16 anos
Duração: 50 minutos
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)

Contatos:
Arthur Tadeu Curado - 61986288446
Larissa Salgado – 11994493414
Andrea Alfaia – 61984257270
Luciana Pacheco – 61982900467
Evento
Espetáculo HIATO estreia dia 31 de janeiro, no Espaço Cultural Renato Russo, e segue em temporada até 9 de fevereiro
O espetáculo teatral Hiato nasce da necessidade de jogar luz em temas coletivos importantes neste início de século. Em tempos de hiperconectividade e superestimulação, a humanidade enfrenta uma epidemia dos casos de depressão, ansiedade, superaquecimento (ou síndrome de burnout) e suicídio. O tema central do espetáculo é a saúde mental.
Em Hiato, o ator e dramaturgo Arthur Tadeu Curado, ao lado da atriz e bailarina Larissa Salgado e da diretora Andréa Alfaia, propõe dar voz a alguns personagens para que possam falar da relação com a ideia da desistência, de como foram afetados pela competitividade e pouca interação social.
Em cena, pessoas que são afetadas pelo que é agora conhecido como “doenças do desespero” elaboram suas causas, oferecem seus porquês e justificam seus atos/escolhas. A ideia é discutir as questões da alma humana embebida na contemporaneidade líquida.
Arthur Tadeu Curado, dramaturgo brasiliense, tem em seu currículo textos reconhecidos e premiados nacionalmente, como “Dois de Paus” (que ficou em cartaz por 7 anos, foi visto por mais de 500 mil espectadores e percorreu 25 estados do país e teve montagens realizadas por outros grupos teatrais brasileiros) e o popular “Complexo de Cinderela” (10 anos em cartaz em diversas versões diferentes). Escreveu ainda “História Redonda Sobre O Nada”, que teve montagem em Buenos Aires no Espaço Cultural Konex, “Existe Alguma Coisa Entre Nós” e “Bem Perto Do Fim”. Traduziu e dirigiu “Muito Barulho Por Nada”, de Shakespeare, em 2014-15 e atuou em “Meu Caio”, biografia teatral do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu e “Uma Criatura Dócil”, de Dostoievski, em cartaz no teatro Eva Hertz, da Livraria Cultura, em 2016-17.
O Brasil registrou 11.433 mortes por suicídio em 2018, um caso a cada 46 minutos. O número representa um crescimento de 2,3% em relação ao ano anterior, quando 11.178 pessoas tiraram a própria vida (dados de 2018 do Ministério da Saúde).
O movimento ascendente nos números no mundo, aponta que a epidemia é global. No planeta, a cada 40 segundos acontece um suicídio – e para cada suicido há, pelo menos, três tentativas. O Brasil é o oitavo país com mais casos no mundo. Homens indígenas adultos, crianças e jovens de 10 a 19 anos e homens adultos entre 35 e 55 anos lideram este ranking alarmante.
“Sabemos que ocupar-se com questões de morte e suicídio significa violar tabus”, pontua o dramaturgo Arthur Tadeu Curado. Em Hiato, este assunto é abordado com muito cuidado. “Sabemos do teor polêmico do tema e estamos trabalhando para suavizar a linguagem e transformar em poesia e arte”, ressalta Arthur.
A montagem parte de uma investigação da alma humana. Material psicológico que qualquer limite imposto poderia implicar em deixar de fora uma parte importante. “Por isso, investigamos trabalhos científicos e muito da literatura especializada. Pesquisamos pontos de vista da sociologia, teologia e da medicina e transformamos em ação, palavras, luz e sombra”, explica o dramaturgo.
“Quem não viveu alguma espécie ‘hiato’, de crise ou pelo menos algum momento muito tenso de 2016 para cá?’, questiona Arthur Tadeu Curado. Para a atriz Larissa Salgado, seu hiato “acontece junto com a maternidade. É importante falarmos sobre a quantidade de mães recentes adoecidas, não pela gestação ou pelo parto, mas pelas bruscas transformações físicas, neuronais e hormonais que precisamos atravessar. E o pior é que não temos nem a chance de estarmos desequilibradas, pois afinal, a maternidade ainda hoje é vista como o ápice da vida de uma mulher. A realidade nem sempre é tão bonita assim”.
Em Hiato, há uma personagem trans que, superado o processo de ressignificação de gênero, encontra-se num deserto afetivo. Um homem ansioso, superidentificado com sua carreira e status, narra seu processo depressivo após sofrer da síndrome de burnout. Uma mãe, com um bebê pequeno, divide suas primeiras impressões com a maternidade. Um ator, que opta por um trabalho ao invés de acompanhar o processo de morte da própria mãe e precisou lidar com as sequelas da decisão. Uma mulher, sob cuidados paliativos, que convida seu parceiro a acompanha-la em sua eutanásia. E há também uma personagem que representa a “família sobrevivente” depois que seu marido decide desistir de estar por aqui.