Evento
Mostra “Ordenamentos” de Bruno Moreschi
inaugura novas instalações do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça
Abertura: 29 de junho de 2017, às 19 horas
Visitação: De 30 de junho a 19 de agosto de 2017
A mostra “Ordenamentos” de Bruno Moreschi inaugura as novas instalações do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça no Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 3 Polo 8 Lote 3 (próximo ao CCBB), no dia 29 de junho (quinta) às 19 horas. Primeira exposição individual do artista fora do estado de São Paulo, “Ordenamentos” propõe uma apresentação da produção de Moreschi entre 2012 e 2017 a partir dos conceitos de ordenamento e de sistematização como gatilhos para o processo criativo.
"O recorte curatorial da exposição parte da constatação de um procedimento comum ao processo produtivo do artista, de onde vem o título 'Ordenamentos'. A partir da percepção de um modus operandi característico de alguns sistemas institucionalizados, em especial o das artes, o artista cria interferências e disrupções a fim de trazer à tona criticamente seus mecanismos de funcionamento em geral reificados, ou seja, naturalizados, desprovidos de seu caráter histórico", revela a curadora Caroline Carrion.
O conceito de ordenamento também se faz presente na expografia da mostra, que envolve 4 peças de mobiliário especialmente produzidas para a ocasião. Cada vitrine – intituladas “Formação”; “Pesquisa e produção”; “Burocracia”; e “Reza diária do cotidiano” – apresenta materiais de pesquisa e de processo, bem como referências bibliográficas marcantes para o artista e a curadora, além de uma seleção de notícias recentes. "Documentos que geralmente não são de acesso público, como troca de e-mails, projeto submetido ao edital, notas fiscais, entre outros, além de algumas notícias gerais sobre o Brasil, serão disponibilizados ao público para contextualizar a produção da exposição em relação às nossas trajetórias pessoais e também ao contexto político-econômico nacional, que nos influenciou diretamente ao longo desse processo que já leva dois anos”, explica a curadora.
As obras
"O museu está fechado para obras" (2014) apropria-se da pintura "Independência ou Morte", de Pedro Américo, obra integrante do acervo do Museu Paulista (SP). "As experiências propostas por esse trabalho fazem menção ao fato de o Museu estar fechado por vinte anos, período em que ninguém poderá ver a pintura pessoalmente", conta Moreschi.
A obra é uma realização conjunta de Bruno Moreschi com pintores da praça da República e do Parque Trianon-Masp (São Paulo). De comum acordo, os artistas decidiram criar, a partir de imagens encontradas na internet, uma versão da tela original, bem como fragmentos que individualizam as figuras populares, as quais, na pintura (e narrativa) oficial, encontram-se marginalizadas nas bordas da imagem.
"As fotos da obra na internet variam em qualidade e tratamento de cor, assim tivemos que trabalhar com um composto de fotografias e de nossas memórias desta obra tão icônica e ao mesmo tempo tão distante. Foram quatro meses fazendo a pintura maior, durante os quais encontramos certas figuras nos cantos da imagem. Aquilo remeteu ao povo que não participa dos momentos decisivos da história do Brasil. Decidimos, então, fazer alguns estudos destas figuras marginalizadas, obras não completamente finalizadas”, Bruno explica.
"Nesta obra temos a ideia da presença ausente de uma imagem já conhecida. Aqui podemos debater a diferença entre fruir de uma obra ou encará-la como informação. As pessoas observam as obras na internet ou livros e as entendem como informação, de forma que a interpretação original e única que só nasce da vivência, do encontro com a obra de arte, acaba se perdendo. Outro aspecto presente nesta obra, principalmente quando sabemos que ela é constituída também por pinturas menores de personagens populares presentes na obra original, é a percepção de que narrativas históricas são construídas e reafirmadas a partir de circuitos institucionais, dentre os quais se encontra a arte", provoca a curadora.
"Contrate um profissional" (2014-17) parte da constatação de como a história da arte é também a história da fotografia das obras de arte. Aqui o foco é discutir a suposta neutralidade fotográfica ou a fotografia como registro da “verdade”. Desde 2014, Bruno Moreschi tem convidado um número cada vez maior de profissionais habituados a fotografar obras de arte para registrar uma mesma "escultura" de sua autoria: uma pedra de pequeno porte encontrada na rua e que nunca será, de fato, exibida ao público.
A partir dessa proposição, pode-se pensar o que é a fotografia de obra de arte e qual a relevância do registro da obra e do espaço expositivo – registro que, por vezes, torna-se mais importante do que a exposição em si.
Em "Erros: para uso em exposição" (2014), veem-se pregos com defeitos de fabricação, expostos como esculturas e também dispostos em pequenas caixas de metal. "Ao usar esses pregos para montar meus trabalhos, estou espalhando erros pelo espaço da exposição”, afirma Bruno.
"Bruno coleciona pregos com defeitos de fabricação, ou seja, erros de produção, e os usa em suas exposições. Alguns desses pregos são exibidos como esculturas, sendo justamente seus defeitos que os transformam em objetos de interesse plástico; outros são usados na instalação de suas exposições; enquanto outros ainda são colocados em caixas que são distribuídas para profissionais da arte, para que também façam uso destes erros em suas mostras. É um trabalho que tem ramificações inumeráveis. Não há como manter um rastro disto, uma vez que a ação permanece não-anunciada na maior parte das exposições em que os pregos são utilizados", revela Carrion.
Já a obra "Pintores" (2014-17) é composta por 25 faixas coloridas, dispostas ao longo da vitrine e do espaço expositivo, pintadas por cinco trabalhadores de construção civil, atualmente empregados em canteiros de obra próximos ao espaço expositivo. "A cada pintor será entregue uma cartela de cores, que eles poderão combinar para chegar a uma infinidade de tons. Abaixo de cada conjunto de cinco faixas, estará o nome de quem as pintou e sua cidade de nascimento. Esses profissionais anônimos serão, talvez pela primeira vez, creditados pelo seu trabalho, nomeados. Já a cidade de origem oferece um indicativo socioeconômico acerca da distribuição de trabalho na sociedade brasileira contemporânea", descreve Bruno Moreschi.
Com coautoria de Camila Regis, "Procura-se" (2012-13) é uma instalação composta por quinze retratos falados do rosto do artista descrito por uma mesma pessoa aos últimos retratistas policiais que realizam a prática manual no Brasil. Além dos retratos originais, a peça inclui xerocópias disponíveis para o público, que pode se apropriar do material livremente.
"Este trabalho é exemplar do procedimento de catalogação e ativação utilizado por Bruno Moreschi. Ao transformar desenhos que eram apenas documentos policiais em uma obra de arte, o trabalho explora o funcionamento do sistema das artes e o papel de cada agente dentro desse sistema. Além disso, assim como ‘Contrate um profissional’ e ‘Independência ou Morte’, temos aqui imagens de um objeto ausente, desta vez a face do artista, traduzida em palavras e, depois, transformada em imagem por pessoas que jamais o viram", afirma Caroline Carrion.
“At your own risk”
Iniciado em 2012 e finalizado em 2014 como mestrado do artista no Instituto de Artes Visuais da Unicamp, “Art Book” é uma enciclopédia de arte contemporânea de conteúdo ficcional. A publicação apresenta biografias, imagens de obras e declarações de 50 artistas inventados – todos criados a partir da listagem de clichês encontrados em 10 enciclopédias de arte. O conteúdo do livro (inclusive as 311 obras fotografadas, os textos e a diagramação) foi produzido por Moreschi. O resultado é uma publicação em português, inglês e espanhol que se assemelha a outras enciclopédias verdadeiras encontradas em bibliotecas e livrarias.
Esta obra será apresentada em “Ordenamentos” na forma de uma exposição ficcional, intitulada “At your own risk” – título de uma das obras exibidas, de autoria do artista fictício Elliot Ford. No espaço expositivo, tudo se passará como se houvessem duas exposições simultâneas: “Ordenamentos”, individual de Bruno Moreschi, e “At your own risk”, uma coletiva realizada a partir das obras presentes na enciclopédia “ArtBook”.
“At your own risk” contempla obras em diferentes suportes criadas por artistas de diversas nacionalidades. Apresentando-se como um panorama do que há de mais importante e inovador no circuito internacional das artes neste momento, a mostra mimetiza a linguagem (escrita e visual) de exposições com propostas semelhantes. Levando às últimas consequências a proposta de “ArtBook”, as poucas pistas dadas ao visitante acerca da ficcionalidade deste espaço é a disponibilização do “ArtBook” para consulta, bem como dos livros que serviram de base para a pesquisa do artista, além da exibição de materiais de pesquisa e produção da Enciclopédia no mobiliário do espaço expositivo central.
Sobre o artista:
Bruno Moreschi é mestre e doutorando em Artes Visuais pela Unicamp. Seus projetos artísticos já foram exibidos em exposições da Funarte São Paulo, Paço das Artes (São Paulo), Bienal de Montevidéu, CA2M (Madri), Biblioteca Joanina (Coimbra, Portugal), Frestas Trienal (SESC Sorocaba), SESC Ipiranga, MAC Paraná, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Museu de Arte de Goiânia, entre outros. Em 2014, recebeu o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea e a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais. Em 2016, foi premiado pelo Itaú Rumos Cultural. Possui obras em acervos de museus como o MAC USP, MAC Paraná, CCSP São Paulo e Instituto Figueiredo Ferraz. Nasceu em Maringá, 1982, e vive e trabalha em São Paulo, SP.
Sobre a curadora:
Brasileira radicada em Nova Iorque, Caroline Carrion é graduada em Jornalismo pela USP, onde também estudou Filosofia. Em 2015, realizou a curadoria e coordenação editorial de “Eccoci!”, projeto de intervenção urbana de Berna Reale em Veneza; e foi uma das curadoras convidadas do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas. Em 2016, foi convidada para integrar o Comitê de Indicação do Prêmio PIPA; concebeu e realizou, com o curador Denis Maksimov, o projeto “Secretaria de Insegurança Pública [de São Paulo]”; e realizou a curadoria da individual da artista Maria do Carmo Carvalho na Galeria Rabieh. É autora de textos publicados no Brasil e no exterior, e é colaboradora fixa da revista online de crítica de arte Newcity Brazil e do espaço de residência artística Residency Unlimited. Atualmente é curadora e diretora da galeria BROADWAY 1602, em Nova Iorque.
A mostra “Ordenamentos, de Bruno Moreschi, tem o apoio da Galeria Pilar e da transportadora ArtQuality Chenue do Brasil.
CENTRO CULTURAL DO TCU – Dedica-se ao fomento à cultura e à difusão de conhecimentos históricos e artísticos junto à sociedade; agregando-os também à atuação institucional do Tribunal de Contas da União (TCU). Faz parte do Instituto Serzedello Corrêa (ISC) - Escola Superior do TCU, que auxilia a corte em sua missão institucional de aprimorar a administração pública por meio do controle externo. O ISC também oferece ações educacionais que contribuem com a efetividade do controle e a promoção da cidadania.
Com novas instalações, planejadas e modernas, o Centro Cultural do TCU é integrado pelo Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, pelo Museu do TCU Guido Mondin, pelo Programa Educativo do TCU e pela Biblioteca de Arte Marcantonio Vilaça, dispondo ainda de espaços adequados para reserva técnica e de oficinas de restauração de peças históricas.
NOVA EXPOSIÇÃO NO MUSEU DO TCU – ao visitar a exposição “Ordenamentos” no Centro Cultural do TCU, é possível também conhecer a exposição “TCU – a Evolução do Controle”, no Museu Ministro Guido Mondin. A mostra narra a trajetória do controle de contas desde o século XIII, em Portugal, e segue com a criação do Tribunal em 1890 até os dias atuais e explora o desenvolvimento de suas ações e as mudanças de funcionamento em uma rica jornada pelo aprimoramento do controle externo ao longo de mais de um século.
PROGRAMA EDUCATIVO – As exposições “Ordenamentos, de Bruno Moreschi”, e “TCU: A Evolução do Controle” estão inseridas no Programa Educativo do TCU, um importante instrumento de mediação para atendimento ao público. Trata-se de um projeto permanente que promove visitas orientadas diárias e programadas ao Museu do TCU e ao Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, fornecendo material educativo, lanche e transporte para alunos de instituições públicas de ensino do Distrito Federal.
Serviço: Exposição Ordenamentos, de Bruno Moreschi
Local: Espaço Cultural Marcantonio Vilaça (complexo arquitetônico do Instituto Serzedello Corrêa)
Abertura: 29 de junho de 2017, às 19 horas
Visitação: De 30 de junho a 19 de agosto de 2017
Endereço: Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 3 Polo 8 Lote 3 - Brasília, DF
Visitação: de terça-feira a sábado das 9h às 19h
Entrada franca
Exposição TCU: A evolução do Controle
Local: Museu do TCU Ministro Guido Mondin (complexo arquitetônico do Instituto Serzedello Corrêa)
Abertura: 29 de junho de 2017, às 19 horas
Endereço: Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 3 Polo 8 Lote 3 - Brasília, DF
Visitação: de terça a sexta-feira (das 9h às 18h)
Entrada franca.
inaugura novas instalações do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça
Abertura: 29 de junho de 2017, às 19 horas
Visitação: De 30 de junho a 19 de agosto de 2017
A mostra “Ordenamentos” de Bruno Moreschi inaugura as novas instalações do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça no Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 3 Polo 8 Lote 3 (próximo ao CCBB), no dia 29 de junho (quinta) às 19 horas. Primeira exposição individual do artista fora do estado de São Paulo, “Ordenamentos” propõe uma apresentação da produção de Moreschi entre 2012 e 2017 a partir dos conceitos de ordenamento e de sistematização como gatilhos para o processo criativo.
"O recorte curatorial da exposição parte da constatação de um procedimento comum ao processo produtivo do artista, de onde vem o título 'Ordenamentos'. A partir da percepção de um modus operandi característico de alguns sistemas institucionalizados, em especial o das artes, o artista cria interferências e disrupções a fim de trazer à tona criticamente seus mecanismos de funcionamento em geral reificados, ou seja, naturalizados, desprovidos de seu caráter histórico", revela a curadora Caroline Carrion.
O conceito de ordenamento também se faz presente na expografia da mostra, que envolve 4 peças de mobiliário especialmente produzidas para a ocasião. Cada vitrine – intituladas “Formação”; “Pesquisa e produção”; “Burocracia”; e “Reza diária do cotidiano” – apresenta materiais de pesquisa e de processo, bem como referências bibliográficas marcantes para o artista e a curadora, além de uma seleção de notícias recentes. "Documentos que geralmente não são de acesso público, como troca de e-mails, projeto submetido ao edital, notas fiscais, entre outros, além de algumas notícias gerais sobre o Brasil, serão disponibilizados ao público para contextualizar a produção da exposição em relação às nossas trajetórias pessoais e também ao contexto político-econômico nacional, que nos influenciou diretamente ao longo desse processo que já leva dois anos”, explica a curadora.
As obras
"O museu está fechado para obras" (2014) apropria-se da pintura "Independência ou Morte", de Pedro Américo, obra integrante do acervo do Museu Paulista (SP). "As experiências propostas por esse trabalho fazem menção ao fato de o Museu estar fechado por vinte anos, período em que ninguém poderá ver a pintura pessoalmente", conta Moreschi.
A obra é uma realização conjunta de Bruno Moreschi com pintores da praça da República e do Parque Trianon-Masp (São Paulo). De comum acordo, os artistas decidiram criar, a partir de imagens encontradas na internet, uma versão da tela original, bem como fragmentos que individualizam as figuras populares, as quais, na pintura (e narrativa) oficial, encontram-se marginalizadas nas bordas da imagem.
"As fotos da obra na internet variam em qualidade e tratamento de cor, assim tivemos que trabalhar com um composto de fotografias e de nossas memórias desta obra tão icônica e ao mesmo tempo tão distante. Foram quatro meses fazendo a pintura maior, durante os quais encontramos certas figuras nos cantos da imagem. Aquilo remeteu ao povo que não participa dos momentos decisivos da história do Brasil. Decidimos, então, fazer alguns estudos destas figuras marginalizadas, obras não completamente finalizadas”, Bruno explica.
"Nesta obra temos a ideia da presença ausente de uma imagem já conhecida. Aqui podemos debater a diferença entre fruir de uma obra ou encará-la como informação. As pessoas observam as obras na internet ou livros e as entendem como informação, de forma que a interpretação original e única que só nasce da vivência, do encontro com a obra de arte, acaba se perdendo. Outro aspecto presente nesta obra, principalmente quando sabemos que ela é constituída também por pinturas menores de personagens populares presentes na obra original, é a percepção de que narrativas históricas são construídas e reafirmadas a partir de circuitos institucionais, dentre os quais se encontra a arte", provoca a curadora.
"Contrate um profissional" (2014-17) parte da constatação de como a história da arte é também a história da fotografia das obras de arte. Aqui o foco é discutir a suposta neutralidade fotográfica ou a fotografia como registro da “verdade”. Desde 2014, Bruno Moreschi tem convidado um número cada vez maior de profissionais habituados a fotografar obras de arte para registrar uma mesma "escultura" de sua autoria: uma pedra de pequeno porte encontrada na rua e que nunca será, de fato, exibida ao público.
A partir dessa proposição, pode-se pensar o que é a fotografia de obra de arte e qual a relevância do registro da obra e do espaço expositivo – registro que, por vezes, torna-se mais importante do que a exposição em si.
Em "Erros: para uso em exposição" (2014), veem-se pregos com defeitos de fabricação, expostos como esculturas e também dispostos em pequenas caixas de metal. "Ao usar esses pregos para montar meus trabalhos, estou espalhando erros pelo espaço da exposição”, afirma Bruno.
"Bruno coleciona pregos com defeitos de fabricação, ou seja, erros de produção, e os usa em suas exposições. Alguns desses pregos são exibidos como esculturas, sendo justamente seus defeitos que os transformam em objetos de interesse plástico; outros são usados na instalação de suas exposições; enquanto outros ainda são colocados em caixas que são distribuídas para profissionais da arte, para que também façam uso destes erros em suas mostras. É um trabalho que tem ramificações inumeráveis. Não há como manter um rastro disto, uma vez que a ação permanece não-anunciada na maior parte das exposições em que os pregos são utilizados", revela Carrion.
Já a obra "Pintores" (2014-17) é composta por 25 faixas coloridas, dispostas ao longo da vitrine e do espaço expositivo, pintadas por cinco trabalhadores de construção civil, atualmente empregados em canteiros de obra próximos ao espaço expositivo. "A cada pintor será entregue uma cartela de cores, que eles poderão combinar para chegar a uma infinidade de tons. Abaixo de cada conjunto de cinco faixas, estará o nome de quem as pintou e sua cidade de nascimento. Esses profissionais anônimos serão, talvez pela primeira vez, creditados pelo seu trabalho, nomeados. Já a cidade de origem oferece um indicativo socioeconômico acerca da distribuição de trabalho na sociedade brasileira contemporânea", descreve Bruno Moreschi.
Com coautoria de Camila Regis, "Procura-se" (2012-13) é uma instalação composta por quinze retratos falados do rosto do artista descrito por uma mesma pessoa aos últimos retratistas policiais que realizam a prática manual no Brasil. Além dos retratos originais, a peça inclui xerocópias disponíveis para o público, que pode se apropriar do material livremente.
"Este trabalho é exemplar do procedimento de catalogação e ativação utilizado por Bruno Moreschi. Ao transformar desenhos que eram apenas documentos policiais em uma obra de arte, o trabalho explora o funcionamento do sistema das artes e o papel de cada agente dentro desse sistema. Além disso, assim como ‘Contrate um profissional’ e ‘Independência ou Morte’, temos aqui imagens de um objeto ausente, desta vez a face do artista, traduzida em palavras e, depois, transformada em imagem por pessoas que jamais o viram", afirma Caroline Carrion.
“At your own risk”
Iniciado em 2012 e finalizado em 2014 como mestrado do artista no Instituto de Artes Visuais da Unicamp, “Art Book” é uma enciclopédia de arte contemporânea de conteúdo ficcional. A publicação apresenta biografias, imagens de obras e declarações de 50 artistas inventados – todos criados a partir da listagem de clichês encontrados em 10 enciclopédias de arte. O conteúdo do livro (inclusive as 311 obras fotografadas, os textos e a diagramação) foi produzido por Moreschi. O resultado é uma publicação em português, inglês e espanhol que se assemelha a outras enciclopédias verdadeiras encontradas em bibliotecas e livrarias.
Esta obra será apresentada em “Ordenamentos” na forma de uma exposição ficcional, intitulada “At your own risk” – título de uma das obras exibidas, de autoria do artista fictício Elliot Ford. No espaço expositivo, tudo se passará como se houvessem duas exposições simultâneas: “Ordenamentos”, individual de Bruno Moreschi, e “At your own risk”, uma coletiva realizada a partir das obras presentes na enciclopédia “ArtBook”.
“At your own risk” contempla obras em diferentes suportes criadas por artistas de diversas nacionalidades. Apresentando-se como um panorama do que há de mais importante e inovador no circuito internacional das artes neste momento, a mostra mimetiza a linguagem (escrita e visual) de exposições com propostas semelhantes. Levando às últimas consequências a proposta de “ArtBook”, as poucas pistas dadas ao visitante acerca da ficcionalidade deste espaço é a disponibilização do “ArtBook” para consulta, bem como dos livros que serviram de base para a pesquisa do artista, além da exibição de materiais de pesquisa e produção da Enciclopédia no mobiliário do espaço expositivo central.
Sobre o artista:
Bruno Moreschi é mestre e doutorando em Artes Visuais pela Unicamp. Seus projetos artísticos já foram exibidos em exposições da Funarte São Paulo, Paço das Artes (São Paulo), Bienal de Montevidéu, CA2M (Madri), Biblioteca Joanina (Coimbra, Portugal), Frestas Trienal (SESC Sorocaba), SESC Ipiranga, MAC Paraná, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Museu de Arte de Goiânia, entre outros. Em 2014, recebeu o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea e a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais. Em 2016, foi premiado pelo Itaú Rumos Cultural. Possui obras em acervos de museus como o MAC USP, MAC Paraná, CCSP São Paulo e Instituto Figueiredo Ferraz. Nasceu em Maringá, 1982, e vive e trabalha em São Paulo, SP.
Sobre a curadora:
Brasileira radicada em Nova Iorque, Caroline Carrion é graduada em Jornalismo pela USP, onde também estudou Filosofia. Em 2015, realizou a curadoria e coordenação editorial de “Eccoci!”, projeto de intervenção urbana de Berna Reale em Veneza; e foi uma das curadoras convidadas do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas. Em 2016, foi convidada para integrar o Comitê de Indicação do Prêmio PIPA; concebeu e realizou, com o curador Denis Maksimov, o projeto “Secretaria de Insegurança Pública [de São Paulo]”; e realizou a curadoria da individual da artista Maria do Carmo Carvalho na Galeria Rabieh. É autora de textos publicados no Brasil e no exterior, e é colaboradora fixa da revista online de crítica de arte Newcity Brazil e do espaço de residência artística Residency Unlimited. Atualmente é curadora e diretora da galeria BROADWAY 1602, em Nova Iorque.
A mostra “Ordenamentos, de Bruno Moreschi, tem o apoio da Galeria Pilar e da transportadora ArtQuality Chenue do Brasil.
CENTRO CULTURAL DO TCU – Dedica-se ao fomento à cultura e à difusão de conhecimentos históricos e artísticos junto à sociedade; agregando-os também à atuação institucional do Tribunal de Contas da União (TCU). Faz parte do Instituto Serzedello Corrêa (ISC) - Escola Superior do TCU, que auxilia a corte em sua missão institucional de aprimorar a administração pública por meio do controle externo. O ISC também oferece ações educacionais que contribuem com a efetividade do controle e a promoção da cidadania.
Com novas instalações, planejadas e modernas, o Centro Cultural do TCU é integrado pelo Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, pelo Museu do TCU Guido Mondin, pelo Programa Educativo do TCU e pela Biblioteca de Arte Marcantonio Vilaça, dispondo ainda de espaços adequados para reserva técnica e de oficinas de restauração de peças históricas.
NOVA EXPOSIÇÃO NO MUSEU DO TCU – ao visitar a exposição “Ordenamentos” no Centro Cultural do TCU, é possível também conhecer a exposição “TCU – a Evolução do Controle”, no Museu Ministro Guido Mondin. A mostra narra a trajetória do controle de contas desde o século XIII, em Portugal, e segue com a criação do Tribunal em 1890 até os dias atuais e explora o desenvolvimento de suas ações e as mudanças de funcionamento em uma rica jornada pelo aprimoramento do controle externo ao longo de mais de um século.
PROGRAMA EDUCATIVO – As exposições “Ordenamentos, de Bruno Moreschi”, e “TCU: A Evolução do Controle” estão inseridas no Programa Educativo do TCU, um importante instrumento de mediação para atendimento ao público. Trata-se de um projeto permanente que promove visitas orientadas diárias e programadas ao Museu do TCU e ao Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, fornecendo material educativo, lanche e transporte para alunos de instituições públicas de ensino do Distrito Federal.
Serviço: Exposição Ordenamentos, de Bruno Moreschi
Local: Espaço Cultural Marcantonio Vilaça (complexo arquitetônico do Instituto Serzedello Corrêa)
Abertura: 29 de junho de 2017, às 19 horas
Visitação: De 30 de junho a 19 de agosto de 2017
Endereço: Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 3 Polo 8 Lote 3 - Brasília, DF
Visitação: de terça-feira a sábado das 9h às 19h
Entrada franca
Exposição TCU: A evolução do Controle
Local: Museu do TCU Ministro Guido Mondin (complexo arquitetônico do Instituto Serzedello Corrêa)
Abertura: 29 de junho de 2017, às 19 horas
Endereço: Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 3 Polo 8 Lote 3 - Brasília, DF
Visitação: de terça a sexta-feira (das 9h às 18h)
Entrada franca.