Pedra Parida
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FICHA TÉCNICA

Idealização e Coordenação Geral: Camila Guerra
Concepção e Direção: Édi Oliveira
Intérprete-Criadora: Camila Guerra
Coreografias: Édi Oliveira e Camila Guerra
Colab Dramatúrgica: Ana Flavia Garcia, Camila Guerra, Édi Oliveira
Textos: Ana Flavia Garcia e Camila Guerra
Assistência de Direção: Juliana Drummond
Figurinos e Cenografia: Roustang Carrilho
Iluminação: Dalton Camargos
Pesquisa e Seleção Musical: Édi Oliveira
Montagem de Trilha: Quizzik
Produção Executiva: Kaká Carvalho
Coordenação de Comunicação: Kaká Carvalho
Foto: Diego Bresani
Artista Visual: Isabella Galvão
Design Gráfico: Cristhian Soro
Assessoria de Imprensa: Clara Camarano
Mídias Sociais: Maria Luisa Dominici
Direção Audiovisual e Câmera: Claudio Braga
Assistente de Câmera: Rodrigo Neiva
Câmera 2: Álisson Pinheiro
Som Direto: Rogério Fonte Boa
CG: Rubem César
Edição e Finalização: Cláudio Braga
Tradução em Libras: Thatiana Elizabeth.

Serviço: Espetáculo Pedra(p)Arida segue em cartaz on-line
Data: Até 14 de maio de 2022
Local: YouTube
Horário: 24h disponível
Gratuito
Informações: Instagram: pedraparida
Não recomendado para menores de 18 anos.
Evento
Espetáculo Pedra(p)Arida segue em cartaz on-line até o dia 14 de maio de 2022 Após lotação de casa no Espaço Cultural Renato Russo, solo da atriz Camila Guerra com direção de Édi Oliveira está disponível gratuitamente na internet. A produção conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF) e com tradução em libras para promover a acessibilidade.
No solo concebido e dirigido pelo diretor e coreógrafo brasiliense Édi Oliveira, a atriz Camila Guerra aborda as opressões, desafios, a ancestralidade, sonhos e lutas que envolvem o feminino em vários contextos.
O projeto, que conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), retrata a violência física e psicológica – gaslighting-, a dor, os enfrentamentos, dissabores e opressões impostas e vividas pelas mulheres em todos os tempos. Em cena, uma mulher (Camila Guerra) vivencia situações de opressão ao sexo feminino e celebra o gênero, destacando a ancestralidade e as lutas que permeiam o “ser mulher” neste mundo.
Inspirada no livro Syngué Sabour, do escritor franco-afegão Atiq Rahimi, e no filme intitulado em português A Pedra da Paciência, também dirigido pelo autor, a atriz brasiliense Camila Guerra se pautou nessas obras para estudar a fundo o universo feminino, suas nuances, seus medos, suas glórias, ânsias, repressões.
No filme A Pedra da Paciência, passado no Afeganistão destruído pela guerra, uma mulher conta seus sofrimentos, sonhos, desejos e segredos para seu marido, um herói de guerra que está em coma. Com esse desabafo, ela tenta encontrar um caminho para recomeçar a vida. Tendo como inspiração inicial o longa, Pedra(p)Arida ganhou várias dimensões e profundidades que fizeram a atriz e equipe refletirem sobre a violência de gênero.
"O fato é que a condição feminina é uma questão em qualquer parte do mundo. São relativamente recentes as conquistas como o direito ao voto e ao trabalho fora do lar. E ainda são muitos os desafios em curso, como um debate sério em torno do nosso corpo: as condições que a legislação impõe, por exemplo, nos casos de violência sexual, de interrupção de uma gravidez indesejada, mesmo que estas ofereçam riscos expressivos para as vítimas. São tantas as agressões veladas vividas por mulheres de todo o mundo e ainda pouca disposição para o debate. O intuito é deflagrar questões latentes, pois toda mulher no mundo em algum nível já foi violada. E que nossa emancipação real passa por ‘tirar esses véus’ de diversas situações nada confortáveis que a sociedade patriarcal impõe há séculos”, declara a atriz Camila Guerra.
E os internautas de todo o mundo poderão presenciar os recortes reflexivos e poéticos que colocam em evidência essa mulher oprimida/objetificada cheia de sonhos e desejos de se libertar. Em cena, os objetos se ressignificam constantemente, de modo a sugerirem metáforas, símbolos e imagens pungentes, duras e poéticas que fazem com que os desdobramentos temáticos desaguem uns nos outros.
“No processo colaborativo de criação da dramaturgia optamos por mixagens narrativas com interferências de mulheres históricas, emblemáticas, de geografias diferentes. Fizemos uma escolha coletiva de não fazer citações sobre a localização do espaço, dos territórios. O espetáculo deságua como os fluxos das águas em contraposição à aridez (pedra-terra)”, explica a dramaturga Ana Flávia Garcia.
E uma trilha sonora de ruídos marcantes promete impactar ao acompanhar a intérprete que dança, fala, se indigna e também silencia.... Cala!
“ O lugar de fala é delas. Então, tive todo o cuidado de ouvir e pensar em cada detalhe. Começamos este processo há seis meses, e fomos, por meio de improvisações, alinhando as percepções sobre o tema. É uma peça que, de fato, coloca uma faca, um punhal sem filtros nas questões que as mulheres vivem desde sua ancestralidade. Neste trabalho, tiramos mesmo o véu para promover a reflexão e o acolhimento”, pontua o diretor Édi Oliveira, que contou com a assistência de direção da atriz e coreógrafa Juliana Drummond.
Segundo o diretor, “contar com uma equipe majoritariamente de mulheres no núcleo de criação foi fundamental para a concepção do trabalho. Mulheres que foram pilares para “parir” o espetáculo no que ele tem de profundo e de força, mesmo que não estivessem em cena. Como a produção cuidadosa e afetuosa de Kaká Carvalho; a Isabella Galvão, que fez uma concepção visual cúmplice do que está em cena; a grande atriz e coreógrafa Juliana Drummond com o olhar atento na assistência de direção; toda a potência da Camila (Guerra) em cena, idealizadora entregue de corpo e palavra, atriz, movedora, criadora; a Ana Flavia Garcia que esteve conosco nessa garra de refletir em conjunto, de sovar um tema até revelar suas diversas camadas, trazendo também a exuberância provocadora dos seus textos, além da eficiência e dedicação da Clara Camarano e da Maria Luisa Dominici na comunicação. Essas mulheres são a coluna vertebral, o coração do trabalho, e as vozes que ali gritam e sussurram. Elas sabem o que gritam e sussurram".
“De uma beleza ímpar, em um cenário grandioso e inóspito, o primeiro ato da peça lembra uma gestação, no seu ritmo e não do público, que precisa ter paciência para entender o que está por vir e curtir cada detalhe, é a mulher prestes a parir um novo mundo, ainda em terreno árido, com muita poeira, sobrevivendo, mantendo, a dignidade, lutando e construindo um caminho, que vai desaguando, em busca da libertação, da catarse e da emancipação feminina”, destaca o crítico Rodrigo Ferret.
Para promover a acessibilidade, a versão virtual conta ainda com tradução em libras por Thatiana Elizabeth.