A Aforista
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O espetáculo A Aforista é o segundo de uma trilogia – iniciada com Árvores Abatidas ou Para Luis Melo - influenciada por Thomas Bernhard**. Segundo Damaceno, o texto da peça é uma conversa com questões postas por Bernhard respondendo e contrapondo questões colocadas pelo autor austríaco em sua extensa obra, permitindo-se desviar para outros assuntos, outras situações, outros lugares. Um mergulho na memória e nas possibilidades que cabem numa vida.
A mente como protagonista ou lugar de ação e o impacto quase que exclusivamente pela força do elenco e das palavras são marcas das encenações da Cia.Stavis-Damaceno.
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo a Cultura, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
* Aforista: Que ou aquele que cria, estuda ou cita aforismos com frequência; Aforismo: Máxima ou sentença que em poucas palavras contém uma regra ou um princípio de alcance moral: “A vida sem música seria um erro” - Nietzsche. – Fonte: Dicionário Michaelis
** Thomas Bernhard nasceu em Heerlen, na Holanda, em 1931, e morreu em Gmunden, na Alta Áustria, em fevereiro de 1989. Escreveu poemas, novelas, romances e peças de teatro, e é considerado um dos nomes mais importantes da literatura de língua alemã do século XX. Dele, a Companhia das Letras publicou O náufrago (1996), Extinção (2000), Origem (2006), O imitador de vozes (2009) e Meus prêmios (2011).

Ficha técnica:
A AFORISTA
Texto e Direção: Marcos Damaceno
Elenco: Rosana Stavis
Pianistas: Sergio Justen e Rodrigo Henrique
Composição e Direção Musical: Gilson Fukushima
Iluminação: Beto Bruel
Figurinos: Karen Brustollin
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Produção Executiva: Bia Reiner
Assistente de Produção: Marianna Holtz
Produção: Cia.Stavis-Damaceno

Serviço:
A AFORISTA
Temporada: 25 de janeiro até 05 de março de 2023
Dias e horários: Quarta à sábado, às 19h30, e domingo, às 18h
Classificação: Indicado para maiores de 16 anos
Duração: Aproximadamente 70 minutos
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro I
Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro-RJ
Informações: 21 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br
Valor do ingresso: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia)
Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada.
Ingressos adquiridos na bilheteria do CCBB ou antecipadamente pelo site do ccbb
Funcionamento do CCBB Rio: segundas, quartas, quintas, sextas e sábados, das 9h às 21h; domingos, das 9h às 20h (fecha às terças).
Evento
Com patrocínio da BB ASSET, o Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro recebe a estreia nacional de
A AFORISTA
O espetáculo A AFORISTA, do dramaturgo e diretor curitibano Marcos Damaceno (Prêmio Shell de dramaturgia por Homem ao Vento), que estreia nacionalmente na noite de 25 de janeiro de 2023, no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, traz à cena uma mulher (Rosana Stavis), caminhando sem parar em direção ao enterro de um antigo amigo da faculdade de música. Enquanto caminha, lhe vêm pensamentos acerca de sua própria vida, e os caminhos escolhidos por ela e seus antigos amigos, todos “promessas da música”. Caminhos que vão da plenitude da realização ao fracasso fatal. Após a temporada no CCBB Rio de Janeiro, o espetáculo cumprirá temporadas no CCBB Belo Horizonte, Brasília e São Paulo, com patrocínio da BB Asset, gestora de fundos de investimento do Banco do Brasil.
A peça, abre ao público a mente dessa mulher, a aforista, na qual se sobressaem a confusão como linguagem, o ritmo vertiginoso, o excesso de informações, as digressões, além de boas doses de ansiedade e perturbação. Trata-se de uma obra teatral por vezes angustiante, frequentemente hilariante.
A narradora verbaliza em um estado próximo ao devaneio – ou, melhor, da loucura – onde seus pensamentos, lembranças e imaginação fluem líricos em certos momentos, pesarosos em outros, tornam-se pouco imaginativos e medianos em certos trechos, para logo em seguida flertarem com a filosofia e o sublime, tornando-se expansivos, contraditórios e, principalmente, com confusões e associações próprias da mente humana em nossos dias. É uma arquitetura mental em espiral, de pensamentos entrecortados por outros pensamentos que se interrompem e são retomados em um looping sem fim. São narrativas densas e sôfregas que ficam hilariantes. Pensamentos sublimes e elevados que escorregam para o grotesco, assim como é a vida da gente.
A narrativa da peça
A peça apresenta como um dos personagens centrais o famoso pianista John Marcos Martins. Outro pianista, Polacoviski, tem um destino trágico. A narrativa desenvolve-se a partir das lembranças, pensamentos e imaginação da terceira personagem, a narradora, amiga de John Marcos Martins e de Polacoviski, e por eles apelidada de aforista*. A narradora, que está sempre andando e enquanto anda, pensa em como se deu tudo. Sua relação com seus antigos amigos de faculdade, o caminho que cada um seguiu. E onde esses caminhos os levaram. E o quanto esses caminhos tomados influenciaram inclusive na vida uns dos outros.
– É uma peça sobre as decisões que tomamos. Sobre as nossas escolhas. Os caminhos que seguimos. E onde eles nos levam. É também uma peça sobre nossos sonhos. Sobre nossos desejos, principalmente de quando jovens. E de como lidamos com eles. Como lidamos com nossas frustrações. Nossas insatisfações: “ser artista é saber lidar com as frustrações” – diz a aforista. Enfim, como toda peça de teatro, de como lidamos com os nossos sentimentos. E de como lidamos com os nossos pensamentos. Ela, a narradora, a aforista, está sempre pensando e andando. O pensamento é o lugar onde se passa a peça: “andando vamos resolvendo as perturbações do pensamento” – diz a aforista, enquanto anda e pensa. (Marcos Damaceno, autor e diretor)
2 pianos tocados ao vivo, duelam no palco e dão o tom da narrativa
A música cumpre papel de destaque no espetáculo, sendo a atriz Rosana Stavis (cada vez com mais frequência apontada, inclusive pelo Jornal Folha de S.Paulo, como uma das melhores atrizes do teatro brasileiro) acompanhada por 2 pianos tocados ao vivo por Sergio Justen e Rodrigo Henrique, que duelam no palco e dão o tom da narrativa com a trilha original criada pelo compositor Gilson Fukushima.