Circuito de Feiras do Livro do DF
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Seguindo o mesmo padrão de descompasso entre intenção e gesto, em Planaltina, que 29,98% gostam de ler, sendo que destes 24,53% leem apenas um a dois livros por ano; e a leitura de um livro por mês é observado em apenas 0,09% da população. Por fim, em Brazlândia, por exemplo, ainda que 21,50% declarem que gostam de ler, 11,10% leem apenas um a dois livros por ano.
Diante dessa leitura do contexto, o Circuito de Feiras do Livro foi concebido para se inserir entre as políticas culturais do GDF, entre as quais se destaca a indústria criativa, particularmente a das artes literárias. Nos objetivos de valorizar a cultura estão as ações de educação artística, em integração com setores culturais, promovendo, entre outras, as artes verbais nas escolas. Uma das metas deste governo é a de elevar o Distrito Federal à condição de polo cultural, regional, nacional e internacional, divulgando as manifestações culturais das cidades no Brasil e no exterior, desenvolvendo a produção cultural local com vistas à geração de empregos e de riquezas.
O projeto está sendo desenvolvido devido à necessidade de democratização do acesso ao livro e a atividades mediadas de leitura literária, como parte das estratégias de democratização e o acesso ao livro e da leitura, um dos meios previstos no Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) e também no Plano do Livro e da Leitura do Distrito Federal (PDLL). Na dimensão de governança local, o PDLL – do qual este Circuito de Feiras de Livro será um dos instrumentos – busca dar consistência à declaração contida no art. 246 da Lei Orgânica do Distrito Federal, que é o de assegurar ao cidadão o direito de acesso à cultura.
Nos termos do PDLL, uma meta que buscamos é, com o auxílio dessa política de acesso ao livro e à leitura, contribuir para a superação de outras desigualdades sociais. Em consonância com as políticas culturais do País, o PDLL está fortemente atrelado às metas do Plano Nacional de Cultura (Lei nº 12.343, de 2010), particularmente com as de mapear os segmentos culturais com cadeias produtivas (7ª meta); desenvolver projetos de apoio à sustentabilidade econômica da produção cultural (9ª meta); aumentar a média de livros lidos fora do aprendizado formal, por ano (20ª meta). Nos termos de seu documento fundador, com o objetivo de garantir a integração dos vários atores do setor, o PDLL é coordenado pela Secretaria de Estado de Cultura do DF, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e a de Ciência, Tecnologia e Inovação, sendo articulado com as demais Secretarias do Governo do Distrito Federal, com entes do Governo Federal e com a sociedade civil organizada. Na dimensão de governança local, o PDLL - do qual este Circuito de Feiras de Livro será um dos instrumentos - busca dar consistência à declaração contida no art. 246 da Lei Orgânica do Distrito Federal, que é o de assegurar ao cidadão o direito de acesso à cultura.
Evento
A Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, em convênio com o Ministério da Cultura, realiza:
Circuito de Feiras do Livro do DF
Evento itinerante por nove Regiões Administrativas do DF, que, em cada localidade, vai realizar extensa programação, com a participação de 90 artistas e autores de diferentes áreas. Num íntimo diálogo com a cultura de cada RA por onde vai passar, as Feiras têm como objetivo promover o livro, a leitura e a literatura.
Com foco primordial na popularização das artes literárias, o Circuito de Feiras do Livro do DF apresenta uma rica e diversificada programação, que se estende por 23 dias, com início em 28 de março e encerramento no dia 27 de abril de 2016, sendo todas as atividades gratuitas e abertas à comunidade. Em cada RA, o Circuito promove 27 encontros cultural-literários ao longo de três dias seguidos de atividades. Para tanto, serão montadas tendas para abrigar dois auditórios e salas de oficinas, que devem receber um público de 210 pessoas por vez, hall para exposição de livros e um Café Literário. Espaços que estarão abertos e em atividade todos os dias, das 9h às 21h, totalizando, aproximadamente, 420 horas dedicadas exclusivamente à literatura.
Um programa de sensibilização já vem sendo realizado em Escolas Públicas das nove localidades, por onde o Circuito irá passar. Dentre as atividades estão oficinas para professores, que estão sendo capacitados para atuarem como mediadores das diferentes atividades a serem promovidas nas Feiras. Escolas estas que estarão dentro de um grande programa educativo que irá levar aos sítios das Feiras um público estimado de 4.500 visitantes/dia. Com isso, o Circuito espera receber um público total superior a 120.000 pessoas.
Outra providência, é a aquisição de livros, tanto de autores residentes em Brasília quanto dos convidados de fora. Para a composição da lista de autores locais, foi feita uma proposta pelo gabinete da Secretaria de Cultura, com a participação do Colegiado Setorial do Livro e da Leitura. Esses livros serão doados às escolas, lidos pelos alunos, e – durante os dias do evento – serão promovidos encontros com os autores desses livros.
Sob o eixo temático “Literatura: Memória e Resistência”, o Circuito de Feiras de Livro do DF, segundo Nanan Catalão, Secretária-Adjunta da Secretaria de Cultura, "foi criado dentro de um formato que contempla as vocações regionais de cada RA por onde vai passar, com foco especial nas ações de formação, trabalhando o imaginário e a dimensão do prazer de ler e escrever”. A escolha do tema para este circuito tem como base a formação sociocultural da Região: “os candangos assentados, nos arredores da Cidade Planejada, insistiram em permanecer no DF, mesmo nos casos em que eram convidados a retornar para seus estados de origem ou sob a ameaça de que a cidade satélite deixaria de existir”, explica João Bosco, curador do Circuito. “Além disso, é um circuito estruturado para fomentar os arranjos produtivos da área do livro, da literatura e da leitura", acrescenta Nanan.
No âmbito da memória, a vinda de pessoas e com elas seus hábitos e costumes regionais, fez do Distrito Federal um território plural. Tomado por tradições culturais brasileiras que se espalham por toda a região. “Como o sertanejo rural e a catira, tão presentes em Brazlândia e Planaltina, o Hip-Hop e o Repente da Ceilândia, que tem expoentes de projeção nacional, e o Bumba-Meu-Boi de Sobradinho”, exemplifica João. Com isso, “buscar-se-á valorizar o quanto a literatura brasileira é constitutiva de nosso patrimônio imaterial: tanto as artes verbais, de natureza oral, quanto as escritas, ambas constituintes de nossa identidade”, explica.
Da programação, constarão: encontros de alunos da Rede Pública e Particular, além da comunidade, com escritores; debates literários entre escritores locais e convidados de fora do Distrito Federal; realização de mediação de leitura, com contação de histórias e declamações de obras literárias; a oportunidade de assistir a um espetáculo de literatura, com a apresentação grupos sejam musicais, de repentistas, de brincantes ou de artes cênicas; e ainda performances de arte urbana verbal e visual. Ao todo, 90 artistas participam deste grande projeto de promoção do livro, da leitura e da literatura e de formação de novos leitores.
Dentre os artistas do DF, selecionados por meio de um chamamento público, participam das Ferias os músicos Aldineia de Oliveira Silva; Beirão Neves; as duplas Idelbrando e Marcelo; e Karen e Pamela; os performadores de arte urbana Gilmar Cristiano Eneas e Jonatas Peira da Conceição; os grupos de arte urbana Laís Costa Correia; Manuela Castelo Branco; e Marcus Aurélio da Silva; a dupla de repentistas Chico de Assis e João Santana; o grupo de brincantes Chico Simões; e os espetáculos de literatura de Adriana dos Santos Nunes; Alessandra Roscoe; Ana Cristina Vaz; Anderson Floriano; Caísa Tibúrcio; Carleuza Vieira; e Tino Freitas.
Além de escritores locais, autores de fora de Brasília também foram convidados, de forma a permitir integração entre o público e a produção literária de fora do DF; e também promover intercâmbios entre romancistas, poetas, prosadores e ilustradores. Estão confirmadas as presenças dos romancistas Ana Miranda, Tabajaras Ruas, Jeferson Assumção, Menalton Braff, Vicente Cecim, Leo Cunha, Carol Bensimon e Guiomar de Grammont, dos ilustradores Ivan Zigg, André Neves, Celso Sisto, Laerte Silvino, Renato Moriconi, do quadrinista S Lobo, do cordelista César Obeid, e do poeta José Inácio Vieira.
As feiras também contarão com a participação de Acadêmicos de Letras, mediando e conduzindo leituras, de maneira a tornar as atividades mais significativas para autores e para o público em geral. Contemplado também na programação, estão lançamentos literários para os públicos infantil, juvenil e adulto, com a realização de encontros com seus os autores, tanto os convidados como também com os locais, a exemplo de Gustavo Dourado, Dinorá Couto Cançado e Onã Silva, da Academia Taguatinguense de Letras. Autores que participam de recital poético-musical dia 1º de abril, às 14h, com o Coral Alegria, e que, ao lado de outros autores da Academia, estarão no lançamento de livros de mais de 30 autores da Academia.
A concepção deste circuito tem como propósitos: democratizar o acesso aos bens simbólicos de natureza literária; fomentar a leitura e à formação de mediadores desta; valorizar institucionalmente a leitura e incrementar seu valor simbólico; e desenvolver a economia do livro. O primeiro desses eixos busca o fortalecimento do papel das bibliotecas, a conquista novos espaços de leitura e a incorporação de tecnologias de informação e comunicação ao universo dos leitores; O segundo eixo está orientado para a formação de mediadores de leitura e para o desenvolvimento de projetos sociais de leitura; O terceiro eixo tem como objetivo converter as práticas sociais de leitura em Política de Estado, bem como colocar em evidência o valor social e simbólico da leitura; por fim, O quarto eixo prevê o apoio à criação e ao consumo de bens de leitura, como uma das estratégias principais para o desenvolvimento econômico do setor.
Cronograma de realização no Distrito Federal:
Em Ceilândia, Biblioteca Carlos Drummond de Andrade. QNN 13 Área Especial Módulo B
28 a 30/03/2016
Das 9h às 21h
Em Taguatinga, ao lado da Biblioteca Pública Machado de Assis, CNB 01 Área Especial
30/03 a 1/04/2016
Das 9h às 21h
No Guará, na Casa da Cultura, Área Especial do CAVE
4 a 6/04/2016
Das 9h às 21h
No Núcleo Bandeirante, próximo a Administração Regional e da Biblioteca Pública, Praça Padre Roque 3ª Avenida
6 a 8/04/2016
Das 9h às 21h
No Gama, Biblioteca Pública do Gama, Área externa Salão Multifunções Setor Central, Praça 2 – próximo a Rodoviária
11 a 13/04/2016
Das 9h às 21h
Em Brazlândia, próximo ao Estádio Chapadinha, Área Especial 2, Setor Sul
14 a 16/04/2016
Das 9h às 21h
No Paranoá, Praça Central, lote 1, ao lado da Administração Regional.
18 a 20/04/2016
Das 9h às 21h
No Varjão, em frente à Casa de Cultura, Área Especial, quadra 2.
18 a 20/04/2016
Das 9h às 21h
Em Planaltina, Setor Educacional Lotes C/D, em frente à Regional de Ensino, nas proximidades da Feira.
25 a 27/04/2016
Das 9h às 21h
O Circuito de Feiras do Livro do DF é o resultado de um convênio entre a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, e o Ministério da Cultura, para promover o livro, a leitura, a literatura, as bibliotecas e outros pontos de leitura formais ou informais.
O contexto do DF e a proposta do Circuito de Feiras do Livro
No contexto global, faz-se necessária uma visão do DF, com uma perspectiva crítica para as necessidades a serem preenchidas. Na Capital da República vive uma população de aproximadamente 2,6 de milhões de habitantes; com 98% das crianças entre 07 e 14 anos frequentando a escola; detém o menor índice do Brasil de analfabetos (8,25%) e de analfabetos funcionais (5,5%). Do ponto de vista dos equipamentos culturais especializados para a área de leitura, o Distrito Federal 714 bibliotecas, sendo 135 especializadas, 49 universitárias, 496 escolares, 28 públicas e 6 comunitárias.
Entretanto, ainda restam lacunas no acesso a equipamentos de cultura e a bens culturais como a leitura literária. Portanto, a justificativa maior para a realização do Circuito de Feiras do Livro do DF decorre do quadro de acesso à leitura nas regiões administrativas fora do Plano Piloto. As pesquisas da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan) apontam níveis superiores a 95% de pessoas que não frequentam equipamentos de cultura como as bibliotecas. A Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2013-2014 (PDAD), Codeplan indica sérios problemas de prática de leitura, como se verá a seguir. Na Ceilândia, mesmo que 22,96% afirmem gostam de ler, somente 11,18% leem um a dois livros por ano; e a leitura de um livro por mês é observada em apenas 1,27% da população. Em Taguatinga, é esta a proporção: 38,04% gostam de ler, mas apenas 13,24% leem um a dois livros por ano; e a leitura de um livro por mês é observada em apenas 4,18% da população. No Guará, apesar de altos índices de escolarização, 90,91% dos habitantes não frequentam a biblioteca. No Núcleo Bandeirante, observou-se que 39,30% gostam de ler; porém, desses, apenas 17,21% leem de um a dois livros por ano; e a leitura de um livro por mês é observada em 8,27% da população. No Gama, obteve-se a declaração de que 25,85% gostam de ler; mas, destes, 10,87% lê apenas um a dois livros por ano; e a leitura de um livro por mês é observado em apenas 1,92% da população dessa cidade. No Paranoá, de maneira semelhante, 22,87% gostam de ler; porém, apenas 16,46% destes leem um a dois livros por ano; e a leitura de um livro por mês é observada em apenas 0,91% da população da satélite. No Varjão, felizmente, há maior proximidade entre a intenção e a prática, pois, 18,50% declaram gostar de ler; e 17,02% leem de um a cinco livros por ano. Porém, apesar disso, a leitura de um livro por mês é observada em apenas 0,12% da população.