Galeria Pé Palito
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Sobre os detalhes de cada peça, Lucas Rosalino ressalta a variedade de grafismos e suas relações com cada animal. “Alguns povos do Alto Xingu, como os Mehinaku, Trumai, Kamaiurá, produzem grafismos específicos que representam a pele da jiboia, os dentes das piranhas”. Com relação à coloração, ele comenta que dão ainda mais vida às esculturas por serem feitas a partir dos produtos da terra, “como o vermelho do urucum, barro da Tabatinga, o preto do jenipapo”, lista o curador.
A realização desta exposição nasceu do contato do curador com culturas indígenas, por meio de artistas e suas obras, e do seu desejo de prestigiar a arte indígena, “que é parte fundamental das raízes do Brasil, além de poder proporcionar o mesmo sentimento arrebatador que tive ao ter o primeiro contato”. Além de bancos, o conjunto de obras apresenta cerâmicas, remos e outros objetos.
Os artistas presentes na exposição são: Etsiri, Kayanaku, Kulikyrda, Yulupe, Mawaya, Maykuti, Maini e Turuza, da etnia Mehinaku; Kupatopenu Atakaho e Karapotan, da etnia Waujá; Ropkrãnse, da etnia Kaiabi/Kayabi; Me'tanã, da etnia Ticuna/Tikuna; Ontxa, Takula e Tukuna, da etnia Mehinaku; Tadashi Tukurevi, da etnia Aweti; e Yauapi, da etnia Kamayurá.

Serviço:
Estética Ancestral: Arte Indígena Brasileira
Local: Galeria Pé Palito
Endereço: SCLN 213 Bloco A Loja 9
Brasília-DF
Coquetel de abertura: 16 de novembro, às 17h
Temporada: até 16 de dezembro de 2023
Visitação: de segunda a sábado, das 10h30 às 19h
Entrada franca e livre para todos os públicos
Todas as peças estarão à venda
Informações: 6192692602 (WhatsApp)
Evento
Galeria Pé Palito (213 Norte) exibe coleção contemporânea de bancos indígenas
Estética Ancestral: Arte Indígena Brasileira
Harmonia sensorial materializada em bancos zoomorfos e geométricos
Mostra inédita em Brasília reúne mais de 50 bancos esculpidos em madeira, originários de seis diferentes etnias. Compõem essa coleção, com curadoria de Lucas Rosalino, a riqueza artística de 17 jovens escultores que criam, transformam e inovam. Cada um com sua forma de rubricar a arte, conservando práticas provindas de conhecimentos milenares.
Em Estética Ancestral: Arte Indígena Brasileira as peças em exposição trazem novos estilos, materiais, cores, decorações e tamanhos sem perder de vista os elementos que identificam cada espécie animal, ângulo e grafismo ancestral. Nas quais, as proporções e feições são mantidas.
Para a antropóloga, professora emérita da UNB e pesquisadora sênior do CNPQ, Alcida Rita Ramos, a exposição “é uma demonstração do profundo conhecimento que os indígenas têm do mundo ao redor, independentemente de viverem ou não em aldeias.”
Ariabo Kezo, filho do povo Balatiponé, escritor e defensor das causas indígenas, observa que, para o visitante, “é estar diante de uma riqueza artística formidável que nos convida a compreender melhor as artes indígenas e suas profundas significações”, e justifica, “por não se tratar da produção de um único povo, mas de uma diversidade formada por várias etnias”.